Com o apoio da Prefeitura Municipal de Limoeiro, o Comitê Egbé Axé Limoeiro e o Coletivo Seja Democracia promoveram a Audiência Pública II Diálogos para Democracia. O evento, que abriu o Mês da Consciência Negra, ocupou o plenário da Câmara Municipal de Limoeiro, sede do Poder Legislativo, na manhã desta sexta-feira (4). Com pautas voltadas ao combate ao racismo e ao incentivo à democracia, o encontrou contou com representantes de vários segmentos da sociedade e com alunos da Rede Estadual de Ensino.
A iniciativa abriu espaço para debates, críticas e opiniões. Além disso, contou com exposição de artes de temáticas antirracistas produzidas pelos estudantes e palestras com o Pai Àlábíyí e o professor Rafael Lira. Os alunos ainda puderam relatar os aprendizados adquiridos através dos seus trabalhos e das suas experiências de vida. As instituições de ensino participantes foram a EREM Sebastião de Vasconcelos Galvão, a EREM Professora Jandira de Andrade Lima e a Escola Estadual Seráfico Ricardo.
Representando o Poder Executivo, o prefeito Orlando Jorge dialogou com os estudantes, reassumindo o compromisso de uma gestão democrática. “Debatemos temas importantes de combate ao racismo e, sobretudo, visando a cultura de paz e valorizando o combate à discriminação racial. Temas e trabalhos desenvolvidos pelos alunos das escolas públicas que a gente precisa cada vez mais valorizar. A Prefeitura de Limoeiro sente-se honrada em ser parceria de iniciativas como essa”, destacou o gestor.
Autor do requerimento que convocou a audiência pública e representante do Legislativo na audiência, o vereador Roberto Galvão Júnior avaliou como positiva a ação. “Sentimento de gratidão e dever cumprido. Muito importante abrirmos a casa do Poder Legislativo para discussão de um tema tão importante, principalmente com os alunos das escolas públicas. É um momento enriquecedor, que deixa plantadas sementes no coração deles, e eles vão propagar essa discussão na sociedade civil”, pontuou.
Para Emily, 15 anos, aluna da EREM Galvão, a audiência foi uma porta de oportunidades. “Oportunidades para os jovens estarem exercendo a democracia. Nos dias de hoje, está muito difícil de o jovem ter voz dentro da sociedade. E tratamos de um assunto que está muito fechado e que precisa ser discutido dentro da sociedade que é o racismo. Quando falamos de racismo não se trata apenas da cor da pele, se trata da etnia, da cultura, da religião, enfim, é todo um conjunto”, alertou.
O estudante Neto, 16 anos, também da EREM Galvão, disse ter saído da audiência pública com mais conhecimento. “A gente aprendeu a ter voz. Nós já tínhamos o conhecimento, mas fomentamos mais essa ideia. Então, com a nossa voz, conhecendo a nossa trajetória, toda a questão racial, toda questão de desigualdade e desigualdade que existe em nossa sociedade a gente trabalhou. Conseguimos criar sugestões de políticas públicas para que nós, enquanto estudantes, possamos aplicar na sociedade”, afirmou.
Idealizador do movimento e organizador das ações, Pai Àlábíyí fez referência a importância das parcerias firmadas com o Coletivo Seja Democracia e com a Prefeitura de Limoeiro. Para ele, o resultado foi positivo. “Quem vai ouvir e ver a fala desses estudantes nas redes sociais mostra o quanto que a nossa sociedade estar empoderada na luta e no enfrentamento ao racismo. Aqui foi um show de empoderamento e de luta antirracista”, comemorou.
Ele disse ainda que a audiência pública e a oficina realizada dias antes garantiram a possibilidade de fortalecer e desenvolver as oportunidades de fala dos protagonistas sociais, que são os estudantes, “para que esse protagonismo mude a nossa realidade social”. Após o fim da audiência, ele avaliou que o movimento passou a ter melhor visibilidade com os recentes movimentos realizados na cidade. “Melhorou, porém temos muito ainda a fazer”, finalizou.