O município de Limoeiro conta com uma ampla e equipada rede de atendimento e acolhimento para saúde mental. O sistema é composto pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 24 horas (CAPS AD III), Unidade de Acolhimento, Residência Terapêutica e Ambulatório de Saúde Mental. Instalado no ano de 2012, inicialmente prédio alugado e, em 2016, reinaugurado em espaço próprio, através de parceria entre o Governo Municipal e o Ministério da Saúde, o CAPS AD III tem abrangência regional e funciona em dois prédios anexos construídos no Bairro do Juá (ao lado da Academia da Cidade).
Além de Limoeiro, o Centro atende moradores de Passira, Feira Nova, Salgadinho, Orobó, Bom Jardim, Machados e João Alfredo. O atendimento conta com aproximadamente 40 profissionais, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais, arte-educadores, agentes de apoio, técnicos de enfermagem, enfermeiros, auxiliares administrativos, atendentes, cozinheiras e redutores de danos. “O CAPS AD III destina-se ao tratamento de pessoas que têm problemas com uso de álcool e outras drogas. A unidade de acolhimento é uma moradia protegida para pessoas que estão lá e não conseguem sair do uso por conta do território. Então, podem morar até seis meses na unidade de acolhimento”, explica a coordenadora de Saúde Mental do município, Riva Karla.
Os atendimentos do CAPS ocorrem de porta aberta e, de acordo com a necessidade do usuário, podem ter acolhimento diurno (7h às 19h), assim como acolhimento noturno, onde é permitido ao usuário ou usuária pernoitar até 14 dias no serviço. “Essa é uma modalidade de suporte e atenção à crise que entendemos ser fundamental por funcionar 24 horas. Ele não fecha e atende a população de domingo a domingo, seja população nova para fazer admissão ou população já existente admitida na própria unidade”, detalha a coordenadora.
De acordo com Riva Karla, os encaminhamentos para o CAPS AD III podem ser referenciados por qualquer setor público ou demanda espontânea – quando a pessoa tem o desejo de procurar atendimento e acolhimento, já que o serviço é porta aberta. “Preconizamos o cuidado territorial para os moradores de Limoeiro e Região, já que atendemos regionalmente. Temos como princípio maior a reabilitação psicossocial e redução de danos, e que aí entende o consumo de drogas como problema de saúde pública. Por isso, é que a gente se destina ao tratamento dessas pessoas”, pontua. Atualmente, a gerência do CAPS está sob a responsabilidade do psicólogo Ronaldo Férrer.
Limoeiro, através do CAPS, aparece como importante núcleo. “O CAPS AD 24 horas de Limoeiro tem uma ação fundamental, porque, a partir do momento que a gente pode acolher 24 horas e ainda tem a unidade de acolhimento que pode dar continuidade ao nosso cuidado como regime de moradia provisória, reduz significativamente a possibilidade de manicomização das pessoas sendo encaminhadas às comunidades terapêuticas religiosas, que não dispõem de um recurso de saúde como o nosso, tudo respaldado dentro da ciência e da política de cuidado que é a reabilitação psicossocial e clínica ampliada”, ressalta Riva.
Saiba mais
A residência terapêutica, também existente no município de Limoeiro, é um recolhimento fechado que recebeu pessoas oriundas do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora das Graças. De acordo com o Ministério da Saúde, os serviços residenciais terapêuticos, também conhecidos como residências terapêuticas, são casas ou locais de moradia destinados a pessoas com transtornos mentais que permaneceram em longas internações psiquiátricas e impossibilitadas de retornar às suas famílias de origem.
Elas foram instituídas por portaria em fevereiro de 2000 e são parte integrante da Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde. Esses dispositivos, inseridos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), são centrais no processo de desinstitucionalização e reinserção social dos egressos dos hospitais psiquiátricos. Tais casas são mantidas com recursos financeiros anteriormente destinados aos leitos psiquiátricos. Em todo o território nacional, existem mais de 470 residências terapêuticas.