A irregularidade no abastecimento de água do município de Limoeiro tem gerado reclamações e transtornos diários à população. Existem bairros que sofrem com longos períodos de racionamento, enquanto outros deixaram de ser abastecidos há vários meses. Rotineiramente, os moradores clamam por água nas rádios e redes sociais. Diante da pandemia do novo coronavírus – onde a higienização das mãos e ambientes está entre as principais recomendações de proteção – a necessidade por água aumentou ainda mais.
Porém, apesar das adversidades enfrentadas pelos consumidores, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), responsável pelo abastecimento, não tem sanado os problemas, inclusive, descumprindo o próprio calendário por ela divulgado nas plataformas digitais. Por conta disso, a Prefeitura de Limoeiro ingressou no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com um pedido de Ação Civil Pública, cobrando que o calendário de abastecimento seja efetivamente cumprido, ou o cancelamento da fatura dos consumidores.
“Aqueles que têm uma melhor condição financeira estão comprando água de carros pipas, os que não têm estão passando por sérias privacidades por conta desse bem tão precioso. Outro fato relevante é que a Compesa não cumpre com o abastecimento e, mesmo assim, envia pontualmente as faturas a serem pagas. Como pode exigir um pagamento sem cumprir com a sua contraprestação, ou seja, o devido cumprimento do calendário de abastecimento?”, questiona o prefeito Orlando Jorge.
No documento, o chefe do executivo também cita o grande número de vazamentos que passam dias sem conserto, gerando desperdício de água. Ainda no mês de fevereiro, o gestor municipal esteve numa audiência com a presidente da Compesa, Manuela Marinho, na sede da empresa, no Recife, colocando a prefeitura à disposição e propondo parceria, no sentido de colaborar com ações de melhoria e recuperação da rede adutora (Barragem de Lagoa do Carro), o que ofertaria mais água ao município.
Dias antes, o prefeito também apresentou proposta de parceria no escritório local da Companhia. Mais de 30 dias sem retorno por parte da Compesa, o governo municipal optou pelo pedido de ação civil pública. “A Prefeitura de Limoeiro demandou o MPPE, para que a COMPESA tenha obrigação de fazer a regularidade no abastecimento de água, ou isente todos os consumidores que não estão recebendo água e estão sendo obrigados a comprar durante a pandemia”, finaliza Orlando.