Com o objetivo de cuidar da saúde mental das pessoas, a Prefeitura de Limoeiro, por meio da Secretaria de Saúde, implantou o Plantão Psicológico/Covid-19. A iniciativa integra uma série de ações promovidas pelo governo municipal no combate à pandemia do coronavírus e suas consequências. Esse serviço acolherá os usuários que possuem demandas de escuta imediata decorrente da perda de algum membro familiar por causa da Covid-19, ou mesmo em decorrência de diagnóstico positivo para doença.
“A pandemia também tem afetado a saúde mental das pessoas. Em todas as áreas, registramos o sofrimento psicológico agravado pela doença. Enquanto poder público, é nosso papel promover iniciativas de acolhimento para esse público”, destaca o prefeito Orlando Jorge. Militante do Sistema Único de Saúde (SUS), o gestor também ressaltou que as dezenove Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município estão sendo a “porta de entrada” para os pacientes.
De acordo com a coordenação da Atenção Básica, a necessidade do encaminhamento para o atendimento psicológico acontece pela demanda espontânea do usuário ao buscar ajuda na UBS do seu domicílio, ou ocorre a identificação através de algum profissional da unidade de saúde. Inicialmente, é feita uma avaliação presencial pelo médico ou enfermeira. “Ao ser detectada a necessidade, esse usuário será encaminhado para o Plantão Psicológico.”, explica a coordenadora Emmanuela Kethully.
Ainda dentro da programação de encaminhamento, os dados do paciente são enviados pela UBS para coordenação da Atenção Básica realizar o agendamento do atendimento. O Plantão Psicológico funciona todas terças e quartas-feiras, na Policlínica Inacinha Duarte, localizada na Rua Antônio Fernandes Salsa (Rua do Hospital), no Bairro José Fernandes Salsa.
Saiba mais – De acordo com a psicóloga Renata Arruda, o Plantão Psicológico é um serviço de caráter emergencial que tem como objetivo acolher e orientar a pessoa em urgência psicológica. “É uma modalidade de atendimento originalmente brasileira, que surgiu no fim da década de 60, na USP, por meio do Instituto de psicologia da Universidade de São Paulo”, explica a profissional.
O atendimento é realizado exclusivamente por psicólogo. “O profissional fica à disposição de uma comunidade ou instituição por determinado período, previamente estabelecido. Ocorre, geralmente, num único encontro; porém, pode haver necessidade de desdobramento. A sessão não tem duração definida, depende da demanda do paciente”, reforça Renata.
Por fim, a coordenadora de Saúde Mental, Riva Karla, destaca que essa é uma ação inovadora dentro do setor público, porque não visa apenas a escuta pontual, mas a detecção precoce de transtornos mentais oriundos da pandemia, uma vez que, ao realizar escuta pontual, o usuário pode ser encaminhado a rede de Saúde Mental (psicoterapia e avaliação psiquiátrica), prevenindo assim os agravos à saúde mental da população. “Hoje sabemos que a exposição da população durante os últimos 12 meses à situação de perdas causadas pela pandemia estão gerando aumento do nível de ansiedade e angústia nas pessoas. Precisamos estar atentos e potencializar o cuidado em saúde mental. É esse o nosso compromisso”, finaliza.