Tendo como pauta principal a valorização das artes cênicas, o 21º Festival de Teatro de Limoeiro reuniu, entre os dias 23 e 30 de novembro, representações artísticas de várias regiões de Pernambuco, além de espetáculos dos Estados da Paraíba e da Bahia. Os palcos foram o Centro Cultural Ministro Marcos Vinícios Vilaça, a Praça da Bandeira e o Instituto Mandacaru. Há mais de duas décadas sendo referência para a formação de novos atores e públicos, o FESTEL cumpriu mais vez a missão de integrar a comunidade escolar em vários aspectos, entre eles, o pensamento crítico, a empatia, o respeito e a valorização cultural.
Promovido pela Companhia de Eventos Lionarte e pelo Ponto de Cultura Aldeia Lionarte Baraúna, com o apoio da Prefeitura de Limoeiro, a edição deste ano homenageou o ator limoeirense Geyson Luiz, que atualmente brilha em produções nacionais. A programação estudantil competitiva contou com 12 peças teatrais oriundas de Limoeiro, Recife, Camaragige, Vitória de Santo Antão, São Benedito do Sul, Pombos e Lauro de Freitas (BA). Ao mesmo tempo, a Mostra Nacional Paralela, que também fez parte da programação do Festival, apresentou 7 espetáculos de Santa Cruz do Capibaribe, Garanhuns, João Pessoa (PB), Lagoa de Itaenga e Paulista.
“Em vinte e uma edições do Festival, acho que este ano foi o ano que mais conseguimos ter espetáculos diversificados em temáticas. Tivemos meio ambiente, mulher, negritude, importância da educação. Tivemos espetáculos para infância e juventude, espetáculos adultos. A gente conseguiu fazer uma mesclagem. Foi o ano que a gente mais conseguiu trazer espetáculos de outras regiões e até de outros estados”, destacou o ator e coordenador do FESTEL, Radaméis Moura. Ele também comemorou a participação de três grupos de Limoeiro, dois de escolas e um de projeto social, números que nas últimas edições não foram vistos.
O teatro do Centro Cultural Ministro Marcos Vinícius Vilaça, histórico auditório da extinta Rádio Difusora de Limoeiro, recebeu a cerimônia de premiação. Atualmente, o espaço pertence ao município e é coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, entidade que foi parceira do FESTEL, com a cedência do espaço e o apoio logístico. “Os parceiros foram importantes. Vamos trabalhar para fazer a próxima edição ainda maior”, reforçou Moura. O evento ainda contou com o apoio do comércio local, da Federação de Teatro de Pernambuco (FETEAPE) e do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos (SATED/PE).
O homenageado Geyson Luiz é prova da importância do Festival de Teatro de Limoeiro como ferramenta de descoberta de talentos. “O FESTEL é referência em revelar jovens. Eu fui revelado por esse Festival aos sete anos de idade. A Lionarte faz parte da minha história”, comentou Geyson, que esteve em Limoeiro para compartilhar as experiências teatrais que começaram no período estudantil. A primeira participação dele no FESTEL foi através de um projeto social desenvolvido pela Escola Municipal João Duarte e voltado ao teatro. Atualmente, ele vive de arte, inclusive, com participações em espetáculos circenses, séries e nos cinemas.
O sentimento de interação cultural e valorização artística foi vivido intensamente pelos participantes. Integrante do elenco “Edu & Cação”, de Lauro de Freitas (BA), a atriz Ilana revelou desafios para chegar a Limoeiro, enfrentando 18 horas de viagem dentro de um ônibus interestadual, carregando as bagagens pessoais e o cenário, além das “vaquinhas” e rifas que foram necessárias para custear as despesas de ida e volta. “Foi legal ter ficado essas horas dentro do ônibus. A gente conversou, descontraiu e conversamos sobre a peça”, disse a atriz, provando o amor pelo teatro.
Durante os sete dias de Festival, aproximadamente quatro mil pessoas acompanharam os 20 espetáculos. Foram manhãs, tardes e noites de efervescência cultural em vários pontos da cidade Princesa do Capibaribe. Esse número surpreendeu o ator, músico e psicanalista Ronaldo Patrício, integrante da Comissão Julgadora do FESTEL. “Fiquei impressionado com a qualidade dos espetáculos e a participação do público. Sem falar também na alegria de ver estudantes, jovens, idosos encantados com o teatro e engajados com o fazer artístico”, pontuou Patrício, que mantém uma ligação artística com a Lionarte há mais de 30 anos.