Com os objetivos de valorizar o patrimônio histórico de Limoeiro e difundir conhecimentos sobre essa temática, que é essencial para a preservação da memória histórica do território e para a construção da identidade cultural do povo limoeirense, o Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Limoeiro (IHGCL) está promovendo a 2ª edição da Semana do Patrimônio Histórico de Limoeiro. O evento teve início na última terça-feira (29), segue até esta quinta-feira (31) e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Limoeiro. Toda a programação é vivenciada no auditório da Gerência Regional de Educação Vale do Capibaribe.
Na avaliação da presidenta do IHGCL, Tássia de Paula, que é arquiteta urbanista por formação e mediou o debate sobre a Sesmaria de Limoeiro, a Semana do Patrimônio Histórico é fundamental para a formação cidadã. “Limoeiro tem seus 212 anos enquanto município, mas a nossa história vai mais além. Este ano, estamos comemorando os 400 anos da primeira sesmaria instituída aqui na nossa região, que foi exatamente a de Limoeiro. Ou seja, a Sesmaria de Limoeiro foi uma das primeiras terras doadas a pessoas para formar um povoado. Então, a gente reflete sobre a evolução do nosso território”, explicou.
Outra pauta abordada se refere ao tombamento de patrimônios históricos. Um dos palestrantes do evento, o historiador André Luiz Rocha Cardoso, que é mestre em História Social da Cultura Regional e atualmente exerce a função de assessor de Educação Patrimonial da FUNDARPE, deu detalhes sobre o processo. “Qualquer bem, seja ele uma produção antiga ou uma produção mais recente, pode vir a ser um patrimônio cultural a partir dos processos de reconhecimento, que são o tombamento, para os bens de natureza material, e o registro, para os bens de natureza imaterial. Para exemplificar essas duas categorias, nós temos, como bens materiais, os acervos de museus, e, como bens imateriais, as celebrações, os conhecimentos e os modos de produção”, afirmou.
“Toda e qualquer pessoa pode dar entrada em um processo de tombamento, então nós somos agentes culturais em potencial”, acrescentou a presidenta do IHGCL, Tássia de Paula. Cabe destacar, segundo André Luiz Rocha Cardoso: “Independentemente de tombamento ou registro, essas estruturas ou essas ações já são referências culturais, pois o reconhecimento da população também é importante para a sua preservação e a sua continuidade”.
A historiadora e mestra em Educação, Cláudia Vicente da Silva, também palestrou na primeira noite de programação. Natural de Vitória de Santo Antão e integrante do Instituto Histórico e Geográfico da mesma cidade, a educadora elogiou a preservação dos prédios históricos de Limoeiro. Ela considera que, mesmo com a chegada do chamado progresso econômico, o qual costuma proporcionar profundas transformações no aspecto arquitetônico das cidades e pode prejudicar a preservação da memória nesses territórios, a memória cultural do povo limoeirense resiste. “Por aqui, existe um grande acervo de preservação de espaços. Além dos prédios, a cultura imaterial também pode se tornar patrimônio histórico. As comunidades que fazem cultura popular devem ser respeitadas e preservadas”, disse.
Eis um exemplo prático, nas palavras de Cláudia Vicente: ” Limoeiro é uma das 58 cidades de Pernambuco banhadas pela Bacia do Capibaribe, mas tem um apelido único: ‘Princesa do Capibaribe’. Esse desígnio remete à riquíssima herança patrimonial e cultural da cidade, o que é muito importante. Patrimônio não é apenas o físico, mas também o povo que compõe aquele espaço”, comentou.
Quem compareceu manifestou profundo interesse pelo tema, a exemplo da historiadora Marcela Pessoa, que assumiu a gestão da Escola Municipal João Heráclio Duarte em julho deste ano. “Este momento é importante não apenas para quem é da área de Educação, mas para a população como um todo. Cuidar do patrimônio histórico, seja ele material ou imaterial, é compromisso de todos nós. Devemos ser críticos e cuidadosos. E é uma grande alegria ver que Limoeiro está dando a devida atenção a esse tema”, sublinhou.
Confira a programação completa da 2ª Semana do Patrimônio Histórico de Limoeiro, divulgada antecipadamente nas redes sociais da Prefeitura Municipal de Limoeiro:
29/08 (terça-feira)
Das 19h às 21h – Abertura: Exposição de Arte “Declare seu amor por Limoeiro” e Projeto de Educação Patrimonial.
19h – Mesa Redonda: “A importância da Educação Patrimonial na Formação Cidadã”. Mediadores: Cláudia Vicente da Silva – Historiadora, Especialista e Mestra em Educação e Membro do IHGVSA e André Luiz Rocha Cardoso – Historiador, Mestre em História Social da Cultura Regional e Assessor de Educação Patrimonial da FUNDARPE.
30/08 (quarta-feira)
Das 19h às 21h – Exposição de Arte “Declare seu amor por Limoeiro” e Projeto de Educação Patrimonial.
19h – Mesa Redonda: “400 anos de criação da Sesmaria de Limoeiro. Mediadores: Adejardo Francisco da Silva Filho – Geologista, Pesquisador, Doutor em Geologia (Londres) e Docente de Pós-Graduação da UFPE e Tássia Barbosa de Paula – Arquiteta Urbanista, Mestranda em Educação, Promotora Cultural e Pesquisadora do IHGCL.
31/08 (quinta-feira)
Das 19h às 21h – Exposição de Arte “Declare seu amor por Limoeiro” e Projeto de Educação Patrimonial.
19h – Mesa Redonda: “Os caminhos para a proteção do patrimônio cultural”. Mediadores: Aramis Macêdo Leite Júnior – Historiador, Produtor Cultural, Mestrando em História e Ex-Conselheiro da CEPPC-PE e Harlan Gadelha Filho – Advogado, Especialista em Direito Público Brasileiro, Conselheiro da CEPPC-PE e Membro do IAHGP, IHAGGO e IHO.