Entendendo a importância da igualdade para proporcionar uma sociedade desenvolvida em diversos aspectos, a Prefeitura de Limoeiro tem garantido apoio e incentivo aos eventos e às iniciativas que buscam educar, integrar e combater os atos racistas de qualquer natureza. Dessa forma, em parceria com o Comitê Egbé Axé Limoeiro, foi promovida na sexta-feira (12), no plenário da Câmara Municipal de Limoeiro – Casa Professor Agripino Almeida, uma audiência pública sobre Educação Antirracista e os Impactos da Lei Áurea na atualidade.
O evento marcou a culminância do projeto “Sankofa: Afrobetizar para educar. Racismo? Aqui não!”. Além da ampla participação dos estudantes e dos educadores, a audiência pública também abriu espaço para representações da sociedade civil. De acordo com a professora Magna Francielle, servidora da Secretaria Municipal de Educação e Esportes, a temática das religiões de matrizes africanas vem sendo trabalhada e discutida pela pasta dentro das unidades escolares.
“Temos a concepção da importância desse conhecimento no que concerne ao próprio conhecimento de ser humano e de identificação do nosso estudante. A nossa rede é formada por mais de 80% de estudantes negros e, quando a gente identifica e reconhece isso, percebemos a importância desses estudantes se reconhecerem e se empoderarem”, destacou Magna, ao relembrar que ainda é recente a conquista dos direitos obtidas pelos negros.
Durante a audiência, os debatedores sublinharam a importância e a necessidade do autoconhecimento sobre a ancestralidade da raça. “Por que não colocar o conhecimento sobre a sua ancestralidade? Então, eu conheço a minha ancestralidade, sei o que falta e vou à frente”, ressaltou Francielle. “Muitas vezes cometemos o racismo porque não conhecemos. Não percebemos. Por isso, estar aqui com os estudantes, com espaço de fala, é importante”, completou a educadora.
Para o coordenador do Comitê Egbé Axé Limoeiro, Pai Àlábíyí Pereira, a palavra-chave da audiência pública foi “respeitabilidade”. Ele classificou como simples o fato de reconhecer o próximo sem diferença, mas que muitos ainda não praticam. “É respeitar o próximo sem verificar diferença. Por que não promover isso? Independentemente da idade, precisamos envolver essa pessoa numa desconstrução antirracista. E a educação é exatamente o caminho pelo qual devemos começar”, ressaltou o Pai.
Ele alertou que a prática do racismo por parte de algumas pessoas não se limita apenas ao fator social ou estrutural. “É um problema de educação que começa desde a educação familiar e é reproduzido na educação escolar”, pontuou. Àlábíyí enfatizou a necessidade da integração de todas as religiões para o combate ao racismo. “A gente precisa somar e se permitir. Os braços não foram feitos apenas para segurar, mas também para abraçar”, finalizou.