Empenhada na colaboração com o Censo Demográfico 2022, a Prefeitura de Limoeiro, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reuniu, na manhã desta quarta-feira (14), líderes religiosos, presidentes de sindicatos e de associações, secretários e representantes da sociedade civil para dialogar sobre estratégias de apoio aos recenseadores na coleta dos dados das famílias limoeirenses, que, segundo o cronograma do IBGE, segue até outubro deste ano.
No encontro do Grupo de Trabalho, realizado no auditório da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limoeiro (FACAL), o prefeito Orlando Jorge reafirmou o compromisso da gestão municipal em garantir reforço na logística do trabalho para que todas as comunidades, principalmente na área rural, sejam visitadas pelos recenseadores. Ele também voltou a comentar sobre o preocupante cenário de sonegação de informações e, em alguns casos, recusa de recebimento dos representantes do IBGE.
“Estamos preocupados e prestando atenção à história pregressa da cidade. Trabalhei durante oito anos como secretário de Saúde de Limoeiro, nunca concordei e sempre desconfiei dos números que se apresentavam com o resultado do Censo 2010. Limoeiro tinha uma população de 56 mil habitantes, quando temos mais de 64 mil pessoas cadastradas no Programa Saúde da Família. Sempre fui um questionador”, relembrou Orlando.
Para que os números não sejam diferentes da realidade, o que poderá prejudicar o município em várias situações, tais como nas execuções de políticas públicas, o prefeito encabeçou essa força-tarefa de conscientização da sociedade sobre a importância e a necessidade de prestar informações verídicas. Orlando Jorge ainda lamentou que a coleta de dados ocorra no meio de uma campanha política: “As pessoas acabam confundindo IBGE com pesquisa política”.
Outro fator que tem atrapalhado a execução da pesquisa é a insegurança. Muitas famílias desconfiam e temem abrir a porta para receber o recenseador, mesmo que ele esteja identificado com fardamento e crachá. Para minimizar esses danos, o gestor municipal fez uma convocação de público dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e dos Agentes de Combate a Endemias (ACE) para colaborarem no apoio e no acompanhamento aos recenseadores, em virtude da confiança que eles detêm das famílias.
O prefeito adiantou que, nos próximos dias, reunirá os mais de cem agentes para alinhar estratégias de apoio. Além disso, falou que a gestão estará reunida com órgãos estaduais para rever a situação onde áreas que historicamente são de Limoeiro estejam com a população sendo contada para outros municípios. “Limoeiro não é uma cidade estagnada, pois estamos ampliando nossas áreas. Não vou me esconder de um problema desse e vou questionar”, afirmou Orlando.
O coordenador regional do IBGE, Francisco Eudes, reconheceu a importância do apoio dos ACS e ACE, “batizando-os” de “anjos da guarda”. Na reunião, ele destacou que os dados do Censo não cruzam com outros sistemas. “As informações do IBGE em momento algum serão cruzadas com dados da Receita Federal. Não têm nada a ver com Auxílio Brasil. Os dados do IBGE são exclusivos para exercício da cidadania e para que o município possa gerenciar suas políticas públicas”, garantiu Chicão, como é popularmente conhecido.
De acordo com o coordenador, a maior dificuldade enfrentada pelos recenseadores tem sido a desconfiança da população, principalmente por conta da violência. “Por isso, estamos pedindo a colaboração dos ‘anjos da guarda’ do Censo, que são os Agentes de Saúde, pois, somente através deles, que têm a visita constante junto aos moradores, está passando a segurança para os moradores abrirem as portas para os recenseadores e passarem a informação correta”, revelou Eudes.
Pastor da Igreja Batista de Gameleira, Mário Melo atendeu ao convite da Prefeitura de Limoeiro e participou do Grupo de Trabalho. O religioso garantiu que dará a sua parcela de contribuição, orientando os fiéis sobre a importância das corretas informações dadas ao Censo, inclusive, acompanhando o recenseador nas visitas quando necessário. Neste momento, para o pastor, a sociedade precisa estar unida, pois os números do IBGE refletem nas políticas direcionadas ao povo.
“É de suma importância que toda a comunidade esteja envolvida. E uma das questões prioritárias é informação. É necessário que a nossa comunidade esteja ciente disso. E nós, enquanto líderes religiosos, podemos dar esse suporte, informando ao povo, apresentando a importância do que é o IBGE e orientando para que eles recebam em seus lares os recenseadores. Talvez, nem todos da sociedade saibam que muitas das políticas públicas são feitas a partir do Censo”, pontuou.