O município de Limoeiro sediou, nesta quinta-feira (12), o Encontro de Gestoras de Políticas Públicas para Mulheres do Agreste Setentrional, que apresentou uma oficina regional intitulada “A Importância da Produção e Sistematização de Dados para o Planejamento de Políticas Públicas Locais para as Mulheres”, com a participação de gestoras municipais de políticas públicas voltadas às mulheres. Representantes de 12 prefeituras do Agreste Setentrional, entre secretárias, coordenadoras e diretoras, debateram sobre a temática nos períodos da manhã e da tarde.
O encontro foi promovido na sala de conferências da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limoeiro (FACAL). Sob a coordenação da Secretaria Estadual da Mulher e articulação da Coordenação Regional do Agreste Setentrional, as gestoras foram orientadas sobre a importância da construção dos bancos de dados, com sistematização das informações sobre a população de mulheres que os órgãos atendem. Com isso, elas poderão realizar planejamentos baseados em diagnósticos precisos.
De acordo com a ouvidora da Secretaria Estadual da Mulher, Cirleide Oliveira, o treinamento fará com que as gestoras conheçam o perfil da população feminina. “Assim, elas terão o diagnóstico e poderão atuar em cima dele, propondo políticas e ações a partir das demandas que essas mulheres trazem”, explicou a ouvidora. Durante o encontro, as participantes também trocaram experiências de casos pontuais nos municípios, fortalecendo a rede de proteção regional.
Na pauta também esteve a rede de atendimento às mulheres em situação de violência. O que é a rede e quais os serviços que compõem, o papel de cada unidade no serviço, como deve ser o atendimento e o encaminhamento da mulher violentada foram alguns pontos abordados pela ouvidora. “Trabalhamos com essa temática para que elas (gestoras) saibam como agir quando receberem uma mulher na secretaria ou coordenadoria e o que fazer para ajudar e apoiar”, pontuou Cirleide.
Por sua vez, a coordenadora regional da Secretaria da Mulher do Estado no Agreste Setentrional, Taysa Andrade, destacou o caráter preventivo do evento, tendo em vista os objetivos de evitar que mais casos de violência ocorram, fortalecer as investigações vigentes e combater as mazelas sociais do machismo, da misoginia e da desigualdade. “Estamos fazendo a leitura das informações dos municípios, usando como fontes os CRAS, os CREAS, as Delegacias e os Hospitais, para que possamos desenvolver ações efetivas e políticas públicas para mulheres”, afirmou.
Anfitriã do evento, a secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania de Limoeiro, Flávia Melo, ressaltou a importância de a Princesa do Capibaribe receber o debate sobre diversos assuntos que envolvem as mulheres, principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade. Para ela, quase sempre os casos de violência contra a mulher envolvem os filhos – o que exige cuidado, proteção e acolhimento ainda maiores dos equipamentos que atuam na rede.
Durante o encontro, o município também esteve representando por profissionais do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e do Conselho Tutelar. Atualmente, em Limoeiro, a Diretoria Executiva da Mulher, órgão que integra a pasta social, é responsável pela execução das políticas públicas e pelas ações de empoderamento, a exemplo de cursos profissionalizantes para as mulheres da cidade e da zona rural. A atuação ocorre de forma integrada com as demais secretarias municipais.
“É um trabalho de rede. Estamos sempre trabalhando em parceria com todas as secretarias. Já fizemos cursos de doces e salgados, artesanato em couro, doces finos e corte e costura. Todos foram voltados para mulheres que tivessem cadastro no CRAS e no CREAS, pois entendemos que são mulheres em situação vulnerável. Muitas estão no ciclo vicioso e não têm de onde tirar o sustento. E esses cursos são para o empoderamento feminino”, detalhou Flávia Melo.
A secretária também enalteceu a importância da integração da rede regional para o fortalecimento das ações, citando como exemplo o serviço prestado pelo Hospital Regional José Fernandes Salsa, situado em Limoeiro. “O pessoal de outros municípios tem Limoeiro como sede, pois aqui temos o Hospital Regional, que muitas vezes dá suporte nos casos de violência e funciona como interface com os outros municípios. O trabalho é em rede”, reforçou Flávia.