Proteção, valorização, empoderamento e conscientização são palavras em destaque na programação do Mês da Mulher realizada pela Prefeitura de Limoeiro. Para reforçar as ações, uma nova campanha em favor da luta feminina pelo cumprimento dos direitos constitucionais foi lançada durante o fim de semana. Quem passa pela Avenida Severino Pinheiro e pela Praça da Bandeira, no Centro, visualiza placas com o tema KM 70. Mas o que representa a temática?
Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania, por meio da Secretaria Executiva da Mulher, a campanha relembra um feminicídio praticado na década de 1960 que gerou repercussão nacional. Como o corpo da vítima, inicialmente identificada como Sônia, posteriormente identificada como Conceição e atualmente identificada como Helena, foi encontrado às margens da Rodovia PE-90, na altura do quilômetro 70, assim o crime ficou conhecido. O fato também é abordado no Livro Memória, escrito pelo professor Antônio Vilaça, e na peça teatral A Moça do KM 70, dirigida pelo ator, escritor e professor Fernando Limoeiro. “Mais uma mulher abatida violentamente há mais de 40 anos e que até hoje não se tem de fato a sapiência de quem cometeu esse crime”, relembrou a secretária da pasta, Maria da Conceição Amorim.
Para a secretária, a campanha será instrumento de reflexão. “O importante é refletir que em Limoeiro, no Estado e no País, o feminicídio ainda acontece descaradamente, e que estamos neste combate para manter as mulheres vivas e respeitadas”, destacou. “Queremos uma sociedade de iguais e a campanha do KM 70 vem para reforçar este momento de resistência, de embate e discussão nas ruas da cidade, nas escolas, na sociedade”, completou Maria da Conceição.
No lançamento da campanha, a secretária executiva da Mulher também citou nomes de outras vítimas fatais de crimes que marcaram as páginas policiais da cidade, a exemplo da estudante Laís e da assistente social Vitória. “Estamos na campanha relembrando todas as mulheres: Helena, Laís, Vitória e tantas outras que ainda sofrem humilhação e violência, algumas chegando à morte. A nossa campanha começou com uma sinalização para levar as pessoas a refletirem”, pontou.
Nas redes sociais, a Campanha KM 70 tem gerado grande repercussão e ativa participação dos limoeirenses. A grande maioria dos internautas tem parabenizado a iniciativa e a importância da temática abordada, resgatando um fato que há décadas simboliza os lamentáveis cenários de machismo, misoginia e violência ainda existentes. Nos perfis da Prefeitura de Limoeiro, a população tem deixado mensagens de alerta e de empoderamento.
“Gente, eu não sabia desse caso! Falem mais sobre. Que iniciativa linda. Parabéns! Que possamos sair nas ruas com direito a mais respeito e a não viver com medo do que possa acontecer só por sermos mulheres”, postou Emanuelly Ramos. “Um dos casos mais bárbaros. Meu avô sempre falava sobre isso, e rezava por ela também. Foi um dos casos mais cruéis que já ouvi. Parabéns pela iniciativa em não deixar esse caso ser esquecido. É uma forma de também alertar tantos outros casos de violência contra a mulher”, reforçou Anyelle Chagas.
